Marcos Garcia Neira – mgneira@usp.br

Marcos Ribeiro das Neves – marcos_ribeiro79@yahoo.com.br

Jorge Luiz de Oliveira Júnior – jorgejref@yahoo.com.br

Plano de curso – 2o semestre de 2016

Objetivos

– Reconhecer as influências da cultura na constituição da identidade corporal.

– Compreender a motricidade como componente formador do ser humano e a cultura corporal como parcela significativa da cultura mais ampla.

– Identificar os aspectos contributivos do trabalho pedagógico com a cultura corporal para a atuação no espaço público.

– Conhecer as possibilidades de atuação pedagógica com a cultura corporal na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

Atividades de Ensino

– Reflexões a partir de situações do cotidiano.

– Análise crítica do “lugar do corpo” na sociedade e na escola.

– Aulas expositivas.

– Discussão a partir de leituras, assistência a filmes etc.

Avaliação

Entregar até o dia 07/10:

– Envio do projeto de estágio para os três e-mails.

Entregar no 25/11:

– Análise cultural da obra “Memórias de Cibele”.

KONDRATIUK, C. C.; NEIRA, M. G. Memórias de Cibele: caminhos trilhados, experiências corporais e identidade docente. São Paulo: Phorte, 2013.

“A tarefa da análise cultural é o exame das significações e valores implícitos e explícitos em um certo modo de vida, em uma certa cultura.” (COSTA, 2000, p. 24).

– Método da Análise Cultural

– Exemplo 01

– Exemplo 02

– Exemplo 03

Entregar até o dia 09/12:

– Relatório de estágio

– Análise de um relato de experiência

Com base nos princípios e orientações didáticas da perspectiva cultural da Educação Física, selecione qualquer relato de experiência disponível em www.gpef.fe.usp.br, identifique os princípios que inspiraram a seleção do tema e estabeleça uma relação entre as atividades de ensino e os conceitos que fundamentam a proposta.

Subsídios importantes: as leituras recomendadas para os encontros 10 a 13.

– Relatório de Estágio conforme a modalidade adotada (observação e análise ou intervenção e análise).

Exemplo 1

Exemplo 2

Cronograma

Encontro 01 – 02/09

Plano

Apresentação da disciplina
Formas de intervenção sobre o corpo
Marcas corporais

– Registro da aula

A construção da identidade corporal

Encontro 02 – 09/09

– FONTANA, R. A. C. O corpo aprendiz. In: RUBIO, K.; CARVALHO, Y. M. (Orgs.). Educação Física e ciências humanas. São Paulo: Hucitec, 2001.

– KONDRATIUK, C. C.; NEIRA, M. G. “Juventude e beleza ao alcance de todas”: análise dos discursos sobre o corpo feminino na pós-modernidade. Revista Intersecções: revista de estudos sobre práticas discursivas e textuais, Jundiaí, v. 3, p. 170-188, 2013.

Plano

Sobrevoo
Como o texto “O corpo aprendiz” foi elaborado?
Destaques a partir da leitura
Identificar as passagens que a autora considera relevantes na construção da sua identidade corporal
Quais aprendizados sobre o próprio corpo a escola proporcionou à autora?
Na perspectiva adotada, o que é aprender?
O que as aulas de EF ensinaram?
O que a leitura ensinou?
O que Mrs. Fobé ensinou?
Ginástica e literatura – modelos de subjetividade
Signo – Significado – Significante
O corpo da mulher ao longo do tempo
Aprofundamento
Como o texto “Juventude e beleza…” foi elaborado?
Explicitar campos teóricos – Estudos Culturais e Pós-Estruturalismo
Cultura
Centralidade da cultura

– Registro da aula

Encontro 03 – 16/09

– GOELLNER, S. V. A produção cultural do corpo. In: LOURO, G. L.; NECKEL, J. F. e GOELLNER, S. V. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003.

Plano

Relembrar principais conceitos
Cultura
Centralidade da cultura
Identidade/Diferença e práticas discursivas
Saber-poder
Efeitos/Regime de verdade
Regulação / Desregulação
Regulação pela cultura (normativa, sistemas classificatórios e constituição de novos sujeitos)
Governamento
Citacionalidade
Contribuição da pesquisa “Juventude e beleza…”
Corpo (x, y, z…)
Moderno
Pós-moderno
Novidade (tecnologia do corpo + naturalidade)

– Vídeo

“Um corpo não é apenas um corpo…”

“Falar do corpo é falar da nossa identidade”.

Como a cultura produz o corpo?
Passagens
Combate aos essencialismos (desnaturalizar)
Corpo feminino
“Moral das aparências”
Ciência
Corpo produtivo
Higiene
Industrialização e educação do corpo
Autorregulação
Política de corpo

– Linguagem corporal

– Registro da aula

Encontro 04 – 23/09

– SANT’ANNA, D. É possível realizar uma história do corpo? SOARES, C. L. (Org). Corpo e história. Campinas: Autores Associados, 2001.

Reflexões sobre educação – Gaudêncio Frigotto

Pois, se o poder só tivesse a função de reprimir, se agisse apenas por meio da censura, da exclusão, do impedimento, do recalcamento, à maneira de um grande superego, se apenas se exercesse de um modo negativo, ele seria muito frágil. Se ele é forte, é porque produz efeitos positivos em nível do desejo − como se começa a conhecer − e também em nível do saber. O poder, longe de impedir o saber, o produz. Se foi possível constituir um saber sobre o corpo, foi através de um conjunto de disciplinas militares e escolares. (Michel Foucault, Microfísica do Poder, 1996, p. 148)

Plano

Como está a leitura de “Memórias de Cibele”?
Como andam os projetos de estágio?
Retomar conceitos do encontro anterior
Discutir respostas possíveis à pergunta: “Afinal, como se dá a produção cultural do corpo?” após assistência ao vídeo Babies
É possível realizar uma história do corpo?
Construir uma linha do tempo da “História do corpo” e preencher lacunas.

– Registro da aula

Pedagogias do corpo

Encontro 05 – 30/09

– CESAR, M. R. A. DUARTE, A. Governo dos corpos e escola contemporânea: pedagogia do fitness. Educação e Realidade. v. 34, nº 2, p. 119-134, Mai-Ago/2009.

– SOUZA, R. F. Entre salas de aula, pátios, corredores: o espaço escolar e a construção da ordem. In: Templos de civilização: a implantação da Escola Primária Graduada no Estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: Editora da UNESP, 1998.

– Reportagens: 1, 2, 3

Plano

MP 746
Memórias de Cibele
Retomar conceitos
Atividade

Entre salas de aula, pátios, corredores…
Método adotado pela autora
Levantar e discutir impressões da leitura

Governo dos corpos e escola contemporânea: pedagogia do fitness
Método adotado pelo/a autor/a

A centralidade do corpo na ótica foucaultiana
Governo, governamento e governamentalidade
Regulação – sexo e vida
Noção de poder em Foucault
Biopoder e biopolítica
Poder soberano, poder disciplinar, sociedade do controle
Liberalismo enquanto técnica de governamento (p. 121)
Teoria do capital humano, neoliberalismo, empreendedor de si mesmo (corpo produtivo)
Dispositivos disciplinares (p. 125)
Subjetividade flexível e pedagogia do controle (p. 126)
Discursos escolares = não-escolares
Emergência de novos dispositivos
Pedagogia do fitness (p. 128) – neohigienismo

– Registro da aula

Encontro 06 – 07/10

– SOUZA, V. S.; NEIRA, M. G. A domesticação dos corpos: em destaque as práticas escolarizadas da Educação Infantil. Revista Conexões, Campinas, v. 12, n. 1, p. 107-125, jan./mar., 2014.

– RICHTER, A. C.; VAZ, A. F. Educar e cuidar do corpo: biopolítica no atendimento à pequena infância. Educar em Revista, Belo Horizonte, vol.26, no.2, p.117-134. Ago 2010.

Plano

Como as pesquisas foram realizadas?

Retomar conceitos

Governo e governamento
Noção de poder em Foucault
Biopoder e biopolítica
Dispositivos
Atividade 01 – Leia a transcrição dos dados. Identifique os dispositivos de domesticação dos corpos.
Atividade 02 – Em grupos, após a assistência ao filme, identifiquem os dispositivos de domesticação dos corpos na escola retratada.

– Registro da aula

Encontro 07 – 14/10

– FINCO, D. A educação dos corpos femininos e masculinos na Educação Infantil. In: FARIA, A. L. G. (Org.) O coletivo infantil em creches e pré-escolas: falares e saberes. São Paulo: Cortez, 2007, p. 94-119.

BUJES, M. E. Infância e maquinarias. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação. UFRGS, 2001.

Plano

O brincar como isca
Didática da gravidez
Agressividade / Passividade
Brincadeiras são produções culturais cujas escolhas são limitadas
Atividade:

“Os brinquedos possuem um enredo social carregado de significados, expectativas e intencionalidades que influenciam na corporeidade de meninos e meninas” (FINCO, 2007, p. 100-101).

“O minucioso processo – de feminilização e masculinização dos corpos – presente no controle dos sentimentos, no movimento corporal e na gestualidade de meninos e meninas está relacionado à força das expectativas que os brinquedos carregam e que tentará produzir o garoto endiabrado e a mocinha carinhosa” (FINCO, 2007, p. 107).

“Mecanismos”
Espaços para resistências e transgressões

– Reportagens:

Escola de Princesas

Cidade chilena de Iquiaque cria curso de “desprincesamento” para meninas

– Registro da aula

Encontro 08 – 21/10

– SOUZA, M. M. N; NEIRA, M. G. Tematizando a cultura corporal na Educação Infantil: uma experiência multiculturalmente orientada. Cadernos de Formação RBCE, Florianópolis, v. 06, n. 1, p. 58-68, mar. 2015

– MACEDO, E. E.; NEIRA, M. G. A Educação Física na creche: tematizando as práticas corporais. (no prelo)

Plano

Relato de experiência de Elina Elias de Macedo
Conversa sobre os estágios
“Mecanismos”
Espaços para resistências e transgressões
Destacar principais características das práticas pedagógicas relatadas por Marília Souza e Elina Macedo
Identificar os campos teóricos que as fundamentam, bem como seus objetivos e procedimentos

– Registro da aula

Metodologia do Ensino de Educação Física

Encontro 09 – 04/11

– AGUIAR, C. A. O ensino da Educação Física: dos métodos ginásticos à perspectiva cultural. In: NEIRA, M. G. Educação Física cultural. São Paulo: Blucher, 2016.

Plano

Pesquisa em banco de dados;
Ensino de Educação Física

– Métodos Ginásticos

– Esportivista

– Psicomotor

– Desenvolvimentista

– Educação para a saúde

– Perspectiva crítica

– Perspectiva pós-crítica ou cultural

– “Minha história conto eu“

– Perspectivas da Educação Física

– Registro da aula

Encontro 10 – 11/11

– NEIRA, M. G. O currículo cultural da Educação Física : por uma pedagogia da(s) diferença(s). In: NEIRA, M. L.; NUNES, M. G. (orgs.) Educação Física cultural: por uma pedagogia da(s) diferença(s). Curitiba: CRV, 2016.

Plano

Relato de experiência de Jorge Luiz de Oliveira Júnior
Perspectiva cultural da Educação Física
Contexto de produção
Função da EF
Objeto
Fundamentação
Princípios
Orientações didáticas

– Registro da aula

Encontro 11 – 18/11

– NEIRA, M. G. Os procedimentos didáticos do currículo cultural da Educação Física. In: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. (orgs.) Educação Física cultural: escritas sobre a prática. Curitiba: CRV, 2016.

– Apresentação dos relatos de experiências de Natália Imada, Alessandro Marques da Cruz e Pedro Bonetto

– Reportagem

– Princípios do currículo cultural

– Procedimentos didáticos

– Análise de um relato de experiência

– Quem conta um conto, aumenta um ponto

– Registro da aula

Encontro 12 – 25/11

– CORAZZA, S. M. Planejamento de ensino como estratégia de política cultural. In: MOREIRA, A. F. B. (Org.) Currículo: questões atuais. Campinas: Papirus, 1997.

Plano

Apresentação do relato de experiência das professoras Dayane Portapila e Ingrid Carvalho
Plano e planejamento
Experiências da turma
O que é cartografia?
Gênese do planejamento – o racionalismo e a “vontade de governar”
Pedagogias marxistas, liberais, pós-estruturalistas
Territorializar, desterritorializar e reterritorializar
Por que planejar?
Temas culturais

– Registro da aula

Encontro 13 – 02/12

– TORRES SANTOMÉ, J. O cavalo de Troia dos conteúdos curriculares. In: APPLE, M. W.; AU, W. ; GANDIN, L. A. Educação crítica: análise internacional. Porto Alegre: Artmed, 2011.

Plano

O que são conteúdos de ensino?
Pensar nos conteúdos de ensino perdeu o sentido?
A manipulação dos conteúdos
Intervenções curriculares equivocadas: segregação, exclusão, desconexão, argumentação unilateral, psicologização, paternalismo, infantilização, diversidade como algo estranho, vazio histórico.
Obstáculos a uma educação antidiscriminatória: currículo oficial, omissão e medo de temas controversos, carência do debate em sala de aula, segmentação em disciplinas, avaliação externa e formação docente.

– Apresentação dos relatos de experiências das professoras Aline Nascimento e Nyna Taylor Gomes Escudero.

Encontro 14 – 09/12

– ESCUDERO, N. G. T; NEIRA, M. G. Avaliação de aprendizagem em Educação Física: uma escrita autopoiética. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 22, n. 49, p. 285-304, maio/ago. 2011

Plano