Em meio à disputa de concepções para o ensino da Educação Física nas escolas, o Conselho Federal de Educação Física publicou um conjunto de recomendações a serem seguidas pelos professores. Este artigo recorre à ordem do discurso de matriz foucaultiana para analisar o documento, com o objetivo de identificar qual perspectiva ele valida e que lacunas pretende preencher. Observa-se que a proposta resulta em uma alquimia de teorias curriculares, cujos alicerces encontram-se fincados nas pedagogias acríticas da Educação Física. A produção discursiva perscrutada reproduz de forma aligeirada e desconexa concepções de ensino obsoletas e exalta a cultura da performatividade, balizada no discurso biológico do corpo saudável. O regime de verdade, estabelecido pelo discurso oficial, dá vazão a uma biopolítica com vistas à constituição de um sujeito ativo, produtivo e autoempreendedor, atendendo às expectativas da sociedade neoliberal.
Palavras-chave: Educação Física; Discurso; Currículo.