Considerando a necessidade de oferecer respostas aos dilemas que afligem a sociedade atual, este artigo discute a importância da elaboração e implementação de um currículo que valorize a cultura corporal da comunidade e submeta o patrimônio de conhecimentos em circulação a uma análise crítica, desvelando as relações de poder que situam determinadas brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes como legítimos em detrimento de outros. Práticas como o funk, o rap, o skate, o parkour, o hip hop, o carrinho de rolimã, o baralho, o maculelê e a capoeira podem ser tematizadas na escola, tendo em vista a realização de uma ação educativa atenta à formação de identidades democráticas. Assim, ressalta-se o trabalho com a linguagem corporal como relevante ponto de partida para a compreensão da sociedade mais ampla. O que se pretende é, enfim, situar a instituição educativa como lócus da construção de uma postura aberta ao diálogo com as diferenças, aspecto cada vez mais relevante quando se considera a característica multicultural da contemporaneidade.
Palavras-chave: Educação Física – Estudo e Ensino; Currículo; Globalização; Neoliberalismo.