São apresentados os resultados de uma etnografia que objetivou compreender como o currículo de licenciatura em educação física (EF) de uma instituição de ensino superior privada (IESp) promove modos de subjetivação, a fim de produzir a identidade do futuro professor em tempos de lutas por mudanças sociais e por imposições neoliberais de modos de ser produtivos e eficientes. Os estudos culturais na sua perspectiva pós-estruturalista foram adotados como aporte teórico e a arquegenealogia foucaultiana inspirou a forma de análise de documentos e práticas. Dentre os sujeitos projetados pelo currículo em xeque, o esforço recaiu na análise da produção do sujeito-cliente, tomando por referência a noção de governamentalidade compreendida como a arte de governo de si e dos outros. Enquanto objeto e objetivo do ensino superior (ES) privado, a produção do sujeito-cliente exige a reformulação contínua do currículo e naturaliza estratégias de regulação que visam à submissão total da vida às regras do mercado.
Palavras-chave: currículo; formação inicial em educação física; ensino superior